
Em todos os ramos da economia, o que mais tem capacidade de elevar a taxa de crescimento do produto, do emprego e da renda no curto e médio prazos é a construção civil. Dada a sua capacidade de absorção de grande contingente de mão de obra com pouca ou sem nenhuma formação pode ajudar a diminuir significativamente as taxas de desemprego em momentos de crises econômicas. Para isso, basta haver incentivos e programas governamentais que elevem a demanda por sua produção, seja essa demanda originada pelo poder público ou pelo setor provado. Além disso, o aumento na produção da construção civil eleva significativamente a demanda pelos mais variados produtos e serviços utilizados nessa indústria.
São produtos como cimento, areia, tijolos, pedras, madeiras, tintas e uma infinidade de outros produtos e serviços passam a ser vendidos em maior escala quando a construção civil aumenta a sua produção, fazendo com que as empresas que produzem esses produtos e serviços passam a produzir mais, elevando o emprego e a renda das pessoas que trabalham nessas empresas. Ao mesmo tempo ou com alguma defasagem, as pessoa que obtiveram emprego ou na construção civil ou nas empresas que tiveram a produção aumentada em razão do aumento da demanda daquele setor, passam a comprar mais, o que faz com que outras empresas tenham a sua produção elevada, passando a contratar mais pessoas.
Isso cria um círculo virtuoso no qual todos saem ganhando. Esse processo continua até que todos os fatores (máquinas, equipamentos e os trabalhadores) estejam empregados. Pode ocorrer da produção ainda não ter alcançada toda a capacidade de máquinas e equipamentos, mas pode faltar pessoas capacitadas para operá-los. O mesmo pode ter pessoas com capacidade para trabalhar, mas falta estrutura. Em ambos os casos, a capacidade é limitada, se houver aumento da demanda, esse aumento não pode ser atendido. Nesse caso ocorre aumento de preços.
Aqui, a construção civil pode ser crucial para elevar a capacidade de produção da economia em geral. Ela não produz máquinas e equipamentos e nem eleva diretamente a formação técnica das pessoas, mas produz prédios, constrói estradas, portos, aeroportos, casas, escolas, faculdades e mais uma infinidades de tipos de construções que elevam direta ou indiretamente a capacidade de produção da economia. Tudo que esse setor da economia constrói tem uma utilidade muito grande para a economia e para a sociedade. Pode-se até questionar eventuais problemas, notadamente quando envolvem pessoas do setor público, mas não se deve nunca duvidar da importância ímpar da construção civil para a economia brasileira.
Esse setor atualmente é responsável diretamente por 5,8% do PIB, mas indiretamente a sua responsabilidade é muito maior. De acordo com o IBGE, em 2010 a construção civil empregava cerca de 2,5 milhões de pessoas no Brasil que receberam naquele ano R$ 41,9 bilhões em salários e outras retiradas e mais R$ 21,2 bilhões em pagamentos indiretos com os empregados, perfazendo um total de R$ 63,1 bilhões, correspondendo a 30,7% de todos os gastos e custos desse setor naquele ano. O valor total das obras públicas foi de R$ 107 bilhões, correspondendo a 42,8% do valor total dos gastos com construção em 2010. As 74,9 empresas do setor realizaram investimentos de R$ 7,4 bilhões naquele ano.
Os incentivos à construção civil são muito importantes para a economia, elevando o bem estar da população, dando melhores condições das pessoas viverem melhor, terem melhor rendimento e o país ter mais condições e capacidade de elevar a sua produção. Um país como o Brasil com imensas carência em infraestrutura de todos os tipos, desde moradias, estradas, os mais diferentes meios de transportes de pessoas e mercadorias (para os quais a participação da construção civil é fundamental) pode oferecer a esse tão importante ramo da nossa economia oportunidades de elevar a sua participação na economia ao mesmo tempo em que pode deixar o país com outro perfil totalmente diferente do que vivemos atualmente. Para isso, basta força de vontade política, coragem, seriedade e respeito ao povo e ao futuro do Brasil e de sua gente.
Fonte: Francisco Castro Blog
