O crescimento da construção civil ampliou o mercado de decoração em Manaus com a expansão do número de lojas, variedade de peças comercializadas e o crescente acompanhamento profissional.
De acordo com dados do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Amazonas (CAU-AM), há cerca de 30 lojas especializadas em móveis, luminárias, modulados, papéis de parede, cortinas e acessórios.
Para a vice-presidente da entidade, Cristiane Sotto Mayor, apesar do crescimento, o mercado tem condições de se expandir, pois há apenas seis grandes lojas na cidade no setor de móveis. “Temos ótimas opções e produtos de qualidade, mas vejo que há uma deficiência no número de lojas”, avalia.
Para o arquiteto Edgar Noronha, o mercado de decoração se ampliou puxado pela verticalização das construções. “A cidade está crescendo para cima e os imóveis estão diminuindo. Os clientes têm procurado os profissionais de arquitetura para adequar utensílios e móveis de decoração nesses espaços pequenos”, avalia Noronha, também design de interior e urbanista.
Já a arquiteta Luciana Moreno afirma que o cliente está buscando mais orientação na hora de montar um apartamento novo ou redecorar a casa. “É comum os arquitetos acompanharem os clientes nas lojas. Eles dizem do que gostam e a gente sugere o que pode compor melhor o ambiente”, explica.
A opinião é compartilhada com a proprietária da loja Studio Casa, Daniele Lima. “Em São Paulo, ninguém trabalha sem arquiteto. Vejo que essa mudança agrega mais valor ao profissional daqui”, disse.
O aquecimento do setor de decoração na cidade aumenta também a demanda de profissionais da área. Segundo o presidente do CAU, Jaime Kuck, 500 arquitetos e 90 empresas estão cadastrados no Conselho.
O mercado de decoração, como o de moda, segue as tendências que refletem o período, como uma espécie de corte no tempo. Para a arquiteta Luciana Moreno os papéis de parede voltaram a ser utilizados para valorizar os ambientes.
Os preços do produto variam entre R$ 87 e R$ 450 o rolo. Na loja Ditacasa, um rolo de cinco metros quadrados (m²) sai por R$ 87. Outros mais trabalhados custam R$320. A loja tem cerca de 120 modelos diferentes e os produtos são importados da China.
Na Studio Casa, o cliente encontra o produto a partir de R$ 200, com pouco mais de 260 variedades. Segundo a proprietária Daniele Lima, o papel de parede tem sido muito procurado porque é mais rápido e simples de colocar. “Hoje temos opções de revestimento que imitam até pedras e são todos vinílicos (plástico apropriado para revestir pisos e paredes)”, afirma.
Vasos e arranjos florais são outros produtos procurados. Na D’Casa, os valores variam entre R$ 43 e R$269. A vendedora Nina Benício explica que os preços dependem do material. Segundo ela, os de cerâmica são os que têm maior saída na loja. Na Ditacasa, o consumidor encontra vasos a partir de R$ 15. Já os vasos de jardinagem feitos de porcelana variam entre R$ 15 e R$ 70.
Para a arquiteta Luciana Moreno, quadros decorativos feitos em série e luminárias também valorizam os ambientes. Os preços variam de R$80 a R$ 2,5 mil, enquanto as luminárias tem preço médio de R$ 1,2 mil, mas há lustres de R$ 15 mil. Já os abajures têm preços médios entre R$ 40 e R$ 700.
Em uma das maiores lojas do segmento de móveis, a MS Casa, o consumidor tem preferência pelos sofás, mas sempre leva algo a mais para decorar a casa. “O cliente vem e procura os sofás retráteis, mas acaba levando tapete, quadros e vasos”, explica o gerente André Oliveira.
Fonte: Obra24horas
