Com mais de 70% de suas obras finalizadas, o estádio do Maracanã entra na reta final do processo de modernização e conta com a presença de apenas 230 mulheres trabalhando na operação. Elas atuam nas mais diversas tarefas, inclusive em áreas tradicionalmente dominadas pelos homens.
O trabalho feminino representa pouco mais de 4% do total de 5,5 mil funcionários que trabalham na operação. “É importante a incorporação da mão de obra feminina na construção civil. Elas são detalhistas e isso contribui principalmente para a pintura e acabamento do estádio”, diz Ícaro Moreira, presidente da Empresa Estadual de Obras Públicas.
Simone Frazão, de 40 anos, é carpinteira e afirma que só a determinação é capaz de romper o estranhamento que a presença das mulheres gera em um universo amplamente dominado por homens.
“O concreto não tem forma, somos nós que fazemos o desenho disso tudo. Somente com vontade e superação podemos mostrar que somos capazes de fazer nosso trabalho bem e que merecemos respeito”, revela a operária.
Andréa de Assis Lucas, 35, é pedreira e trabalha no sistema hidráulico do estádio. Vascaína, ela era frequentadora assídua do antigo maior estádio do mundo.
“Estava sempre aqui. Quando o Maracanã for reaberto, eu vou conhecer cada palmo desse estádio. Vou saber até onde o barulho vai atrapalhar mais os adversários”, brinca.
Com bom humor e trabalho duro, Andréa e Simone tentam superar o preconceito. “Um dia me disseram que eu trabalhava como um homem. Na mesma hora eu disse: ‘Não, eu trabalho como uma profissional, e das boas’”, conta Simone, torcedora do Flamengo que nunca havia entrado no Maracanã por medo das brigas entre torcidas.
Ambas sonham estar presentes em um jogo de futebol após o término das reformas: “Parece que estamos nos preparativos para o Carnaval. Estou muito ansiosa. Não vejo a hora de começar a festa. Eu quero estar presente”, diz Andréa.
Segundo o IBGE, 21.840 operárias trabalham na construção civil no Estado e 223.451 no país.
Fonte: Band
