10 janeiro 2013

Brasileiros compram imóvel no exterior em busca de segurança

Abrir a janela pela manhã e dar de cara com a praia. Essa ação é sinônimo de verão. A paisagem, entretanto, não precisa ser necessariamente no Brasil. Miami, Punta del Este e praias no litoral português ou francês são algumas das opções. A facilidade de adquirir apartamentos e casas em alguns lugares com preços em conta abriram o mercado imobiliário estrangeiro para os brasileiros, para investimento em casas de veraneio.

Miami, no estado norte-americano da Flórida, com sua forte presença latina-americana, atrai os que antes compravam imóveis aqui no País. A diretora da imobiliária Halmoral, Gabriela Haddad, afirma que a segurança é um dos fatores que incentivou os brasileiros a comprarem apartamentos naquela cidade. "Em São Paulo, as pessoas tinham casa em Guarujá/SP, mas lá a segurança é ruim. Todo mundo acabou migrando para o norte, que também tem assaltos em condomínios. Em Miami, é possível sair de bicicleta de noite, andar a pé. O luxo lá é ter total segurança", afirma. Para o gerente de vendas da Re/Max Prime, de São Paulo, Marco Antonio Ferreira Lima, o que leva os brasileiros para fora são os preços baixos dos produtos americanos. "O pessoal não procura Nova York ou Washington. O pessoal gosta de Miami para comprar", conta.

Gabriela afirma que em geral os estrangeiros são bem-vindos para fazer investimentos nos Estados Unidos, por isso eles não enfrentam muitas dificuldades: "Para comprar um imóvel lá, basta você ter passaporte. Não precisa ter conta, nem residência", reforça a diretora da Halmoral. Já Lima acredita que as burocracias estipuladas para comprar imóveis no país fizeram com que muitos clientes mudassem de destino. Ele explica que para adquirir uma casa ou apartamento em Miami, a pessoa precisa provar a obtenção do visto norte-americano, além de comprovar que tem o dinheiro para pagar pelo imóvel, por meio da declaração do imposto de renda, e especificar os motivos da compra. "No Uruguai é mais fácil. A entrada de dólares é mais fácil, e a documentação necessária é o RG", esclarece Lima.

Para ter um imóvel em seu nome nos Estados Unidos, o cliente precisa fazer uma remessa de dinheiro por meio do banco, onde a conversão para o dólar é feita pelo câmbio do dia. Em compras na Europa, a moeda usada é o euro. No Uruguai, as vendas para estrangeiros também são realizadas na moeda norte-americana, mas de maneira mais semelhante à compra de um produto qualquer. "A pessoa pode levar uma mala com o dinheiro, fazer a troca lá e já pagar pelo imóvel", diz o gerente de vendas da Re/Max Prime.

Crise europeia abre espaço no mercado imobiliário

Marco Antonio Ferreira de Lima observa que o destino dos brasileiros na Europa é Portugal. Parecido com o Brasil, pela cultura e pela língua, o país tem apresentado facilidades para quem quer comprar imóveis de veraneio em seu litoral. "Lá o mercado está parado, e os proprietários estão baixando os preços para conseguir vender", explica Lima, que ainda emenda que agora está mais acessível para o brasileiro adquirir uma casa no país.

Os resultados da crise atual na Europa, sobre os preços dos imóveis, foram parecidos com o ocorrido nos Estados Unidos, em 2008. Lima lembra que os imóveis se tornaram mais baratos e, a partir de 2010, o movimento para o país cresceu. O mesmo observou a diretora da Halmoral. "Houve uma desvalorizada do dólar e dos imóveis com uma valorização dos imóveis aqui. Com o preço que estava lá, as pessoas não compravam no Brasil", conta Gabriela. Ela lembra, também, que em 2010 houve uma grande movimentação de brasileiros para Miami, e o mercado norte-americano começou a reagir devido à procura.

Por ser um público visado pelos mercados imobiliários de alguns países, o cuidado no momento de um brasileiro comprar um imóvel não deve ser pouco. Lima aconselha uma visita à casa ou ao apartamento almejado antes da assinatura do contrato, com o acompanhamento de um corretor do Brasil. Pesquisar documentação necessária, valores e procurar um corretor credenciado são outras sugestões que podem ajudar a fechar negócio no exterior.

Fonte: Obra24horas