Na próxima visita a um estande de apartamento decorado, fique atento não só à planta do imóvel, mas a mesas, cadeiras e objetos de decoração. Mesmo se não assinar o contrato, você pode estar diante de uma oportunidade de economizar nas compras. Isso porque as construtoras e incorporadoras costumam vender a maior parte daquela mobília com bons descontos.
Itens caros como geladeiras, fogões, sofás e armários são os mais negociados em leilões virtuais de sites como Sold ( www.sold.com.br ) e Lance Total ( www.lancetotal.com.br ), que surgiram na esteira do boom de lançamentos imobiliários dos últimos anos e servem como intermediários em troca de uma taxa sobre cada item negociado.
Uma máquina de lavar roupas LG que sai por até R$ 2.700 em sites de grandes varejistas, ao final de 27 lances foi arrematada por R$ 1.720 (37% de desconto) no Sold. Se preferir, uma geladeira Electrolux com filtro na porta saiu por R$ 1.990 após ter sido disputada por 66 lances, enquanto em lojas comuns não sai por menos de R$ 2.400 (19% de desconto).
Em comum, além dos grandes descontos, está o fato de que esses sites não oferecem garantias. “Participantes dos leilões costumam visitar o local onde está o lote para verificar as condições antes de dar o lance pela internet”, diz Elaine de Castro, responsável pelo marketing do Sold, que registrou faturamento de R$ 60 milhões em 2012, sendo 30% proveniente de móveis e eletrodomésticos.
“Há casos de pessoas que arrematam objetos para uso próprio, ou seja, para decorar, mobiliar a casa e muitos casos de empreendedores que arrematam itens para equipar ou ampliar escritórios, restaurantes e lojas”, explica Carla Umino, leiloeira oficial da Lance Total. A empresa recomenda que o cliente leve uma fita métrica ao depósito, para evitar problemas com peças sob medida, que podem não caber no seu quarto ou cozinha.
Caros e baratos
O negócio de leilões virtuais facilita a vida não só de clientes, que têm a chance de comprar móveis selecionados por arquitetos com desconto, mas também a logística das próprias construtoras e incorporadoras.
Algumas, como a Gafisa, promovem vendas internas entre funcionários. A estratégia também era adotada pela Cyrela, que a partir de 2010 abriu negociação para o público em geral via sites de leilão. “Nos lotes são incluídos até mesmo a decoração do salão de vendas onde é feito o atendimento do corretor, como mesas, cadeiras e balcões”, diz a empresa, por meio de sua assessoria. “Os itens que não forem arrematados são destinados para doação”, afirma.
A partir do momento em que o balcão de vendas “zera” (jargão usado para venda de todas as unidades) um empreendimento, a incorporadora praticamente sai de cena. As empresas que cuidam dos leilões, então, catalogam e precificam o material que vai ficar à espera do lance do consumidor final, que arca com o transporte e montagem do item.
A MRV Engenharia, que tem grande atuação no programa Minha Casa, Minha Vida do governo federal, diz arrecadar em leilões metade do que é aplicado nos estandes, mesmo oferecendo descontos de até 80%. “No apartamento de dois quartos, o investimento médio no decorado é R$ 28 mil, excluindo os armários, que ganhamos em parcerias”, diz Eduardo Barreto, diretor-executivo comercial.
Antes de dar o clique final e fechar negócio, é preciso avaliar bem a oferta. “Há uns três anos, uma geladeira muito disputada na reta final do leilão acabou sendo vendida por até R$ 2 mil reais acima de seu valor de mercado”, segundo conta Maria Carolina Maia, gerente de incorporação da Yuny Incorporadora, que não deixa nem louças para trás nos modelos decorados à venda na capital paulista.
Fonte: Obra24horas

