24 maio 2013

Construção registrou 104 mil vagas a menos

A construção civil, que, nos últimos anos, foi um dos setores mais responsáveis pela redução da taxa de desemprego no País, dispensou 104 mil trabalhadores em abril deste ano, na comparação com o mês mesmo de 2012. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre janeiro e abril de 2013, o número de vagas encolheu 3,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. Nos quatro primeiros meses de 2012, o setor tinha apresentado alta de 6,5% na mesma base de comparação.

Nos últimos anos, o setor foi um dos principais responsáveis pela redução das taxas de desemprego em todo o País Foto: Kiko Silva

A queda no número de ocupações também ocorreu no Ceará. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), houve redução de 1.120 vagas, no mesmo período, no Estado, representando uma queda de 1.23%.

"O setor (construção civil) surpreendeu porque o emprego vinha avançando não só nos últimos meses, assim como também nos últimos anos", afirma o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Pereira.

Para o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), Roberto Sérgio, a queda já era esperada. "Em março de 2012, nós estávamos muito aquecidos", compara, acrescentando que oscilações desse tipo são comuns no setor.

Segundo Roberto Sérgio, o principal obstáculo que a construção civil tem enfrentado está ligado às dificuldades por que passam outros segmentos da economia. "A construção não vai ficar crescendo sozinha. O déficit habitacional continua existindo, agora, o que tem mudado é a capacidade de compra, que está em declínio", ressalta. De todo modo, complementa, espera-se que o número atual de vagas na Região Metropolitana de Fortaleza - em torno de 65 mil trabalhadores - mantenha-se estável no decorrer deste ano.

Sondagem

A queda na construção civil também foi apontada pela Sondagem Indústria da Construção, divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento apontou recuo no nível de atividade - pelo sexto mês consecutivo - e da utilização da capacidade de operação. Os resultados negativos foram puxados pelas empresas de grande porte e afetaram as expectativas dos empresários para os próximos meses.

O indicador de evolução do nível de atividade do setor registrou 45,5 pontos no mês passado, na média das indústrias de pequeno, médio e grande porte. Para as maiores empresas, o índice foi ainda menor: 44,9 pontos. Também caiu o nível de atividade em relação ao usual. O índice de 43,7 pontos foi o menor da série histórica, iniciada em dezembro de 2009, segundo a pesquisa. A escala vai de zero a 100. Os números abaixo de 50 indicam queda da atividade ou atividade abaixo do usual.

Desemprego: o menor desde 2002

Rio. A taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em 5,8% em abril, ante 5,7% em março. O resultado veio no teto do intervalo das estimativas colhidas pelo AE Projeções, que iam de 5,5% a 5,8%, com mediana de 5,6%.

O rendimento médio real dos trabalhadores registrou baixa de 0,2% em abril ante março e aumento de 1,6% na comparação com abril de 2012. Os números fazem parte da Pesquisa Mensal de Emprego (PME).

A taxa de desemprego de 5,8% registrada no mês passado é a menor para um mês de abril desde o início da série histórica, em março de 2002, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em abril, a população ocupada, de 22,9 milhões de pessoas, "não se alterou significativamente" tanto em comparação ao mês anterior quanto a abril de 2012, segundo o IBGE. Em relação a março deste ano, a população ocupada caiu 0,1% e, ante abril de 2012, avançou 0,9%.

Massa de renda

A massa de renda real habitual dos ocupados no País somou R$ 43,0 bilhões em abril, estabilidade (0,0%) frente a março. Na comparação com abril de 2012, a massa cresceu 2,4%. Já a massa de renda real efetiva dos ocupados atingiu R$ 42,8 bilhões em março, queda de 0,1% em relação a fevereiro.

Já na comparação com março do ano passado, houve aumento de 2,7% na massa de renda efetiva. O rendimento médio do trabalhador foi de R$ 1.862,40 em abril, após ter marcado R$ 1.865,76 em março.

Fonte: Diário do Nordeste