22 agosto 2013

Endividamento compromete mercado imobiliário

O economista Reuel Freire aposta que o endividamento das famílias pode ser determinante da retração do mercado. Este ano, de acordo com a pesquisa da Confederação Nacional de Comércio (CNC), 62,5% das famílias brasileiras estão endividadas. Em Goiás, este número cai para 51,5%. Entretanto, somado à inflação e à inadimplência, segundo o economista, a tendência é a capacidade de consumo e de pagamento do comprador serem comprometidas.

Outro inimigo do credor é o longo prazo. De acordo com Freire, quanto maior o prazo, proporcional a dificuldade de concretização do financiamento. "Alguns parcelamentos duram até 30 anos. Muitos casamentos não duram isso", brinca. Ele explica que é muito difícil para o investidor ter garantia de renda fixa por um período tão longo e muitas vezes a aplicação é totalmente perdida. "Se não cumprir o acordado, o comprador perde 100% da aplicação. O banco toma tudo", alerta.

Tiago Beniquio Ala, corretor de imóveis acha difícil isso acontecer. "Não acredito que as vendas de imóveis estacionem porque os financiamentos realmente têm facilitado muito a aquisição. E quando a pessoa consegue o benefício, abre mão de outros gastos para investir. A pessoa faz de tudo para não perder", comenta. Ele também explica que, na prática, as vendas continuam ocorrendo num mesmo ritmo: 20 a 30% superior a partir do lançamento do programa de habitação do governo. 

O corretor não acredita no possível recuo causado pela inadimplência porque acha que seus números serão irrisórios. "Continuo vendendo bem, sem muita dificuldade", informa sobre o mercado goianiense.

Para o presidente do Sinduscon-Go, Carlos Alberto de Paula, a inadimplência no setor imobiliário não pode ser levada em conta. "O investimento imobiliário é muito seguro. A taxa de inadimplência é quase nula, não chega a 5%. O problema do endividamento está muito mais relacionado a bens de consumo e este é o grande mal do brasileiro. Ele prefere gastar com a televisão, com o carro, mas a segurança da família está no imóvel", critica. O Carlos ainda acredita que a cultura do consumo no Brasil deveria se voltar mais para a habitação, que constitui um investimento, do que para gastos supérfluos. 

Carlos Alberto acrescenta que para o investidor que visar o aluguel, o mercado também é favorável. "Além de oferecer rentabilidade com valores competitivos com os rendimentos bancários, a opção do aluguel ainda oferece esta garantia e segurança para o proprietário", analisa.

Fonte: Obra24horas