23 setembro 2013

Pedreiro com especialização tem salário de até R$ 4 mil

A imagem do homem de roupa suja, com carrinho de cimento em mãos, de frente para uma parede de tijolos deixou de representar os profissionais da construção há algum tempo. Com as novas tecnologias e normas de segurança, este profissional teve que se especializar e se adaptar aos novos padrões e em um mercado cada vez mais disputado, um pedreiro especializado pode ganhar até R$ 4 mil ao mês, com horas extras.

“Antigamente, a profissão era muito amadora, vinha de pai para filho, cheio de vícios. Agora, as construtoras estão em busca de eficiência, serviços mais rápidos e funcionais, para evitar o retrabalho”, conta o proprietário do Instituto da Construção, escola especializada em qualificação profissional, Helder Leite.

Segundo Leite, foi por causa desta necessidade de eficiência que a profissão foi se ramificando. Quanto mais especializado o profissional, maior o rendimento.

O piso salarial de um pedreiro ou de um carpinteiro, por exemplo, é de R$ 1.055,13, de acordo com a convenção coletiva dos trabalhadores da construção civil deste ano. Já o piso do profissional especialista na instalação de esquadrias ou em fachadas é de R$ 1.287,13, valor 21,9% maior. Se a comparação for com o rendimento de um pedreiro refratário, que tem piso de R$ 1.799, a diferença salta para 70,5%.

“Em qualquer profissão, uma pessoa capacitada é melhor que uma sem capacitação. Mas, no caso da construção civil, estes profissionais são muito procurados e existem em pouco número, o que faz com que os rendimentos sejam ainda maiores”, diz o vice-presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon/AM), Frank Souza. De acordo com o empresário, os profissionais de acabamento e aplicação de cerâmica interna e externa estão entre os mais requisitados.

A coordenadora de Educação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Demóstenes Travessa (Senai), Maria do Carmo Teixeira, observa, ainda, que atualmente existem especialidades que exigem mais conhecimento técnico do que força. Este é o caso do jatista, profissional responsável pela aplicação de concreto sobre as paredes. Este serviço era feito manualmente, com a ajuda de uma espátula de pedreiro. Hoje, o processo é realizado com a ajuda de um jato aplicador. “Esse tipo de especialização dá um retorno muito positivo e se ele tiver isso, vai fazer diferença no mercado”, afirma.

Hora extra

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Construção Civil, Cícero Custódio, a maioria dos trabalhadores do setor consegue dobrar o rendimento do piso, com a ajuda das horas extras. 
“O momento é bom para a construção”, afirma.

Instituições oferecem qualificação

O Senai e o Instituto da Construção são algumas das instituições que oferecem cursos de especialização no Amazonas.

No Instituto da Construção, há cursos para assentador, azulejista, pintor, eletricista, hidráulico, mestre de obras entre outras especialidades. Os cursos duram de quatro a 15 meses, com mensalidades de R$ 120 a R$ 180.

No Senai, profissionais que já atuam na área podem fazer uma especialização em tecnologias de construção a seco, assentamento de cerâmica ou em trabalho em altura. Há também a qualificação para quem está começando, como eletricista, pedreiro, pintor entre outras.

“Temos alunos de diversos tipos e grau de instrução, mas todos recebem noções de segurança no trabalho, o que é uma coisa importante para as empresas hoje em dia, e em empreendedorismo, pois ele não precisa estar em uma empresa para exercer a profissão”, conta a coordenadora Maria do Carmo.

Fonte: D24am