25 setembro 2012

Venda de imóveis usados cai pelo 3º mês em São Paulo

Os mercados de venda de imóveis usados e de locação residencial tiveram desempenho negativo em julho no Estado de São Paulo, segundo pesquisa feita com 1.432 imobiliárias de 37 cidades pelo   Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP). 
Foi o terceiro mês seguido de queda nas vendas de usados e o segundo em que a locação de casas e apartamentos também encolheu.

As vendas caíram 5,63% em julho na comparação com junho, acumulando queda de 20,72% no ano. Na locação a queda foi de 3,24%, o que fez o acumulado do ano ficar negativo em 1,93%.

“Os resultados refletem o desaquecimento registrado na economia nos últimos meses e um ajuste dos mercados nesse período maior de tempo, de um ano”, afirmou José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP.

Ele lembrou que o próprio governo recuou a expectativa de crescimento do PIB este ano de 5% para 2% como consequência dos impactos na economia brasileira da crise internacional.

“Mas o jogo ainda não terminou, temos meio ano pela frente. O segundo semestre traz sempre a expectativa de melhoria econômica por causa dos ganhos extras das famílias, como bônus de participação em resultados, os dissídios salariais de grandes categorias e a renda extra do 13º salário. Parte desse bolo deverá ir para o mercado imobiliário e resultar em melhoria das vendas e da locação”, afirmou Viana Neto.

A queda nas vendas de 5,63% em relação a junho foi puxada por duas das quatro regiões que compõem a pesquisa estadual: capital (-32,08%) e as cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco (-21,64%). Houve crescimento no interior (+18,3%) e no litoral (+5,56%).

As imobiliárias venderam mais apartamentos (53,19% do total) do que casas (46,81% das unidades vendidas) em junho. A maioria das vendas no estado foi feita mediante financiamento bancário, com 54,94% do total de unidades vendidas. Os financiamentos predominaram em três das quatro regiões: capital (53,09%), interior (59,16%) e as cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco (69,85%). No litoral, a maioria das vendas foi feita à vista (53,95%).

Os imóveis mais vendidos no período no Estado de São Paulo foram os com preço final superior a R$ 200 mil, que somaram 52,28% das vendas registradas pelas imobiliárias consultadas pelo Creci-SP. Por região, os mais vendidos na capital foram também os de valor superior a R$ 200 mil (75,45% do total) e nas cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco (57,14%).

No interior, as vendas concentraram-se na faixa dos imóveis de até R$ 200 mil (50,15%) enquanto que no litoral a faixa dos mais vendidos baixou para até R$ 160 mil (53,54% dos negócios efetivados).

Os resultados da pesquisa Creci-SP mostram também que imóveis situados em bairros das áreas centrais das cidades foram os campeões de vendas no interior (72,97% do total), no litoral (69,3%) e nas cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco (88,24%).

Do total de novas locações realizadas pelas 1.432 imobiliárias consultadas pelo Creci-SP em 37 cidades alugaram em julho, 58,06% foram casas e os apartamentos alugados somaram 41,94% do total.

As novas locações recuaram 18,14% na capital na comparação julho-junho e 3,69% no interior. Já nas cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco e no litoral houve aumento das locações, respectivamente de 26,72% e de 3,88%.

As imobiliárias receberam de volta de inquilinos que tinham contrato em vigor 1.837 imóveis, o equivalente a 62,89% do total de novas locações. Elas também registraram inadimplência de 3,75% dos contratos em vigor, um aumento de 4,46% em relação aos 3,59% de contratos inadimplentes em junho.

Os imóveis mais alugados em julho no Estado de São Paulo foram os que tinham aluguel mensal de até R$ 800, com 53,17% dos contratos registrados nas imobiliárias pesquisadas pelo Creci-SP. Por região, os mais alugados na capital e no litoral foram os de valor até R$ 1.000 (51,98% e 63,85%, respectivamente). No interior, a faixa predominante foi a dos aluguéis até R$ 800 (62,63% do total), a mesma nas cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco (57,95%).

O fiador foi a forma preferencial de garantia dos novos contratos assinados em Julho no Estado (54,69% do total). A prevalência do fiador se deu na capital (39,59%), no interior (79,26%) e nas cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco (37,2%). No litoral, a maioria dos contratos (41,12%) adotou como garantia o depósito de valor equivalente a três meses do aluguel contratado.

A maioria das locações envolveu imóveis localizados em bairros do centro no interior (73,78% do total), nas cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco (84,91%) e no litoral (66,82%).

A pesquisa Creci-SP foi realizada em 37 cidades do Estado de São Paulo: Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém.

Fonte: Mercado Mercantil