10 outubro 2012

Obras públicas paradas motivam demissões no Amazonas

O período eleitoral afetou o estoque de empregos na Construção Civil do Amazonas, em 2012. O ‘gargalo’ está focado nos subsetores de Obra Pública e Construção Pesada, que têm sofrido com o ‘pé no freio’ da Prefeitura de Manaus e do Governo do Amazonas. Somente em agosto, o segmento amargou retração de 152 vagas de trabalho. Esse foi o quarto saldo inferior no estoque de carteiras assinadas no setor nesse ano.

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Segundo o órgão, a Construção Civil teve queda no estoque de empregos em janeiro, março, maio e agosto. A maior retração foi no primeiro mês do ano, 241 postos a menos. Em outros meses, o setor contabilizou leve elevação no número de empregos: 18 vagas em fevereiro e uma em abril.

O principal motivo da desaceleração no segmento é o período eleitoral. “Em época de eleição, eles pisam no freio, por isso nesse ano estão ocorrendo menos obras públicas, eles estão em marcha lenta principalmente nesses últimos três meses”, disse o presidente interino do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Amazonas (Sintracomec), Benony Mamede.

Obras da Copa

“No ‘Imobiliário’ não teve redução, já ‘Obra Pública’, havia uma expectativa de demanda com a Copa, mas a única obra em andamento é o estádio”, explicou o diretor-presidente da Comissão da Indústria Imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon/AM), Antônio Newton Veras.

Em construção para a Copa de 2014, saíram do papel somente a Arena da Amazônia que emprega aproximadamente 1,4 mil trabalhadores e a reforma e ampliação do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, onde estão sendo empregados 815 operários.

Segundo a assessoria da Unidade Gestora do Projeto Copa Manaus (UGP-Copa), há uma grande possibilidade do número de trabalhadores na Arena não aumentar.

Com exceção dessas duas, quatro obras públicas previstas para a Copa do Mundo ainda não saíram do papel. Com mapeamento iniciado agora em outubro, a previsão é que o monotrilho gere 500 empregos diretos. Sem previsão de mão de obra empregada, o Mirante Encontro das Águas, o Estádio da Colina e o Bus Rapid Transit (BRT) também não começaram.

Infraestrutura

Segundo o representante do Sinduscon/AM, o ramo de ‘Construção Pesada’ também desaqueceu. “Houve uma perspectiva com a mudança da Águas do Amazonas para Manaus Ambiental, em termos de infraestrutura para água e esgoto, que ainda não correspondeu, além disso, outras obras estão paradas como o monotrilho, da Avenida das Torres e no Mindu”, disse Vera em entrevista concedida no final do mês passado.

Iniciada em janeiro do ano passado, o Corredor Viário do Mindu é mais um obra da Prefeitura de Manaus, que não foi concluída. Constam também pendentes a revitalização da Ponta Negra e a construção de creches e Casas de Saúde Básica da Família, as ‘casonas’. As obras do Mercado Adolpho Lisboa, que começaram em 2007, ficaram paralisadas por pelo menos três anos, foram retomadas e agora estão paradas novamente. No Paço Municipal os trabalhos estão parados.

Fonte: D24am.com