15 junho 2012

Primeira usina de ondas do Brasil prestes a entrar em operação

Dono de um potencial de 87 GW no seu litoral, o Brasil coloca em operação nas próximas semanas a sua primeira usina-piloto do gênero, localizada no porto de Pecém, no estado do Ceará. Desenvolvida pela Coppe-UFRJ, a usina feita em parceria com a Tractebel foi financiada através de um projeto de Pesquisa & Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica e demandou investimentos de R$ 15 milhões. Segundo Sergen Estefen, diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, a intenção é colocar logo a usina em operação. "Esperamos iniciar a geração contínua dentro da algumas semanas e o quanto vamos gerar de energia vai depender da velocidade do mar”, explica.


Usina de ondas, pioneira na América Latina, já está pronta no Ceará e será lançada durante a Rio+20 

A usina, com capacidade instalada de 100 kW e que demorou um ano para ser construída foi idealizada e e projetada pelo Coppe e teve todo o seu projeto formatado no Brasil. "Já existem projetos similares em outros países, mas o sistema, os equipamentos, tudo é brasileiro nela", ressalta o diretor.

Estefen conta que a tecnologia usada por essa usina será competitiva e que ela vai brigar para ter condições de disputar com as das fontes mais baratas. "Competir com as hidrelétricas é difícil, mas as hidrelétricas estão chegando no seu teto", explica. Atualmente o megawatt-hora da usina é quatro vezes mais caro que a hidrelétrica.

Com um impacto bastante reduzido, Estefen explica que não há troca de líquido com o mar, com o processo sendo feito em um circuito fechado e que o único impacto que existe é na sua fabricação. "Toda fonte tem impacto na construção, a vantagem da usina de ondas é que não há impacto após a operação, não há emissão".

O diretor da Coppe alerta que a tecnologia usada na extração de petróleo será aliada dessa nova fonte, uma vez que essa expertise vai trazer avanços para o setor. "É preciso ter visão. Se o Brasil conseguir usar a experiência da indústria do petróleo na geração de energias limpas no mar, será um grande salto", observa, elegendo os setores de instalação, operação e manutenção e diferencial de temperatura como os que farão a diferença.

A usina de ondas terá um acompanhamento de pelo menos mais um ano, a fim de serem elaboradas mais teses pelo corpo de pesquisadores da Coppe abordando temas de interesse como segurança e técnicas de controle e essas pesquisas poderão ser usadas para aumentar o desempenho da usina.


Fonte: Canal Energia