03 outubro 2012

Selic cai e favorece aquisição

A redução acentuada da Selic, taxa básica de juros da economia, como estratégia da política monetária do Banco Central, vai favorecer o setor imobiliário.

Para o diretor de venda e compra da Regional Campinas do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi), Rodrigo Otávio Coelho de Souza, os efeitos da queda da Selic já estão produzindo reflexos benéficos à economia.

Um exemplo é a queda nos juros das linhas de crédito oferecidas pelos bancos, o que estimula uma competição saudável entre as instituições financeiras.

A influência da Selic, por ser referência para o calculo de todas as outras taxas de juros do 
País, também abrange as aplicações financeiras, que proporcionalmente tendem a ser menos atrativas por apresentarem rendimentos reduzidos por força da queda da taxa. “É por isso que os investidores já começam a analisar outras alternativas. A compra de imóveis corporativos ou na planta, que gera valorização acima da inflação, atrai os investidores”, justifica.

Segundo Souza, que também é diretor da Dimarzio Imóveis, apesar de o mercado atravessar um momento de acomodação, as projeções feitas pelo Secovi é que o produto atinja uma valorização maior do que a inflação anual, projetada em aproximadamente 5%. Segundo ele, nos últimos anos os imóveis tiveram valorização muito acima da inflação e das principais aplicações financeiras. Um estudo realizado pelo Ibope Inteligência, publicado no final de 2011, aponta que os imóveis residenciais novos e usados em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife tiveram valorização média entre 22% e 28% ao ano. Em algumas regiões a média anual de valorização ultrapassou 50%.

Desempenho

Geralmente os imóveis mais procurados pelos investidores são os corporativos (com renda) e unidades em loteamentos que tendem a valorizar-se após a entrega das obras. Para ele, o importante é que os imóveis continuam sendo uma excelente opção de investimento com um grau de segurança elevado em consideração às demais opções do mercado.

Na Chiminazzo Imóveis, os negócios com investidores, que representam em torno de 40% do total, são feitos à vista ou a prazo, com financiamento próprio.

Segundo Rosana Chiminazzo Moreira, diretora da imobiliária, a atual queda dos juros tornou o investimento em imóveis uma grande alternativa.

No momento, enquanto as aplicações de renda fixa estão rendendo uma média de 0.5% ao mês, quem investiu em imóveis para locação está recebendo, no mínimo, 0.7% do valor aplicado a título de aluguel, desempenho financeiro que torna a rentabilidade no segmento imobiliário mais lucrativa. Além disso, existe também a valorização do próprio bem.

Produtos

O mercado imobiliário oferece uma série de produtos para quem deseja investir com garantia de obtenção de renda extra. A lista inclui imóveis residenciais prontos ou em construção para venda pós-valorização ou locação, imóveis comerciais para aluguel, apartamentos bem localizados para locação, terrenos para venda após a valorização da área ou construção de um imóvel para locação ou venda. Entretanto, independentemente da opção escolhida, Rosana orienta que é preciso que o investidor esteja atento aos aspectos que vão levar à obtenção do lucro, ou seja, observar se a localização tem perspectiva de valorização, qualidade do produto e preço convidativo.

Aposta

Com a experiência de quem atua no mercado há 36 anos, o diretor da Zelo Imóveis, Rubens Jacintho Moraes, conta que adquirir um imóvel sempre foi um bom investimento, principalmente agora, com a queda da taxa Selic, cujo reflexo recai sobre as aplicações financeiras e consequentemente diminui os rendimentos. “Para investidores precavidos, a compra de um imóvel é um atrativo seguro com projeção de valorização a médio prazo”, defende o diretor da Zelo Imóveis. Um exemplo real de valorização no setor é um apartamento de um dormitório na região do Cambuí, próximo ao Centro de Convivência, com infraestrutura local de sauna, fitness e piscina. O imóvel foi negociado em julho de 2011 por R$ 290 mil e hoje é avaliado em R$ 350 mil, uma valorização de 20%. Na imobiliária, Moraes conta que 80% dos investidores optam por imóvel do tipo apartamento, principalmente nas regiões do Cambuí e Centro, as mais requisitadas. Além da valorização, existe a possibilidade de obter renda com a locação. Este ano, na imobiliária, os melhores meses em volume de venda de imóveis foram janeiro e julho. 

Em relação a 2011, a procura por imóveis usados está estabilizada, com perspectiva de aquecimento do mercado.

Fonte: Correio Pupular